Até o momento ainda não havia visitado ou conhecido uma adega que oferecesse um enoturismo com um plus cultural-artístico, como a Bacalhôa. E que patrimônio artístico! O tour da segunda maior empresa de vinhos de Portugal conta com visitas a seus riquíssimos e exuberantes museus privados e palácios, além de percorrer as salas de produção vínica e, ao final, degustar alguns dos seus rótulos com explicações do sommelier local.
São cinco espaços espalhados pelo país, que abrigam a experiência do enoturismo da Bacalhôa, tendo o maior jardim Oriental da Europa, neste circuito, que é o Buddha Éden, em Bombarral (mas aí não há experiência de vinhos, só visitação ao jardim). Porém, onde estive é mais perto da minha casa, aproximadamente 30km de Lisboa, sendo a Adega/Museu da Bacalhôa e próximo dali (2 km) o Palácio da Bacalhôa.

Ambos estão localizados, na Vila Nogueira de Azeitão, que pertence a região de Setúbal. Super pertinho da capital portuguesa, sendo possível chegar de transporte público até a Adega/Museu. Já o Palácio o acesso é apenas de carro. A visita conjunta com a Adega/Museu + Palácio dura aproximadamente 2h30 e no final há degustação de três vinhos (Bacalhôa Alvarinho 2018 + Bacalhôa tinto da Ânfora 2016 + Moscatel de Setúbal 2 anos), tendo um valor de 10€. Um preço simbólico, pois é grandioso o patrimônio artístico e cultural dos espaços, além dos três vinhos servidos.
Hey, a experiência foi gravada
Momento da prova
As provas de vinhos, na Adega, podem ser personalizadas conforme as preferências dos grupos e de bolsos. Ainda há uma estimada prova, mais que especial realizada no Palácio, sendo necessário agendar com antecedência, tendo valor inicial de 50€ por pessoa, com no mínimo dois participantes.
Chegada
Ao chegar na Adega da Bacalhôa, em Vila Nogueira de Azeitão, a primeira fotografia é com ele. Não, não é com um vinho ou parreiras. Mas com o BAC, um imenso bulldog azul . A escultura dá as boas-vindas aos visitantes. O cachorro virou o mascote da Bacalhôa. Ele foi criado pelo artista plástico belga, William Sweetlove.

A Adega, é o ponto de encontro para as visitas. Há duas visitas completas (citadas acima: Adega/Museu + Palácio) ao longo do dia, tendo horário para às 10h e às 15h, para grupos com aproximadamente 30 pessoas. É recomendado que faça agendamento prévio, para não correr o risco de não participar por falta de vagas.
É possível realizar a visita somente ao Palácio (8€) ou conhecer a Adega, tendo três provas vinhos e ao Museu (3€), que possui um acervo com coleções de alto valor artístico organizadas em três grupos temáticos:

Out of Africa é uma exposição dedicada à Rainha Ginga e a três maravilhas paisagísticas de Angola – as Pedras Negras de Pungo Andongo, a Fenda de Tundavala e as Quedas de Kalandula.
What a Wonderful World! Esta exposição, passagem para um ambiente de glamour e perfeição, é composta pelos metais e flores dos Anos Loucos da Art Nouveau e Art Deco.
Azulejo Português do Século XVI ao Século XX, utilizado em Portugal de forma exuberante e sem equivalente na Europa, celebra a arte da azulejaria ao longo de mais de cinco séculos em Portugal.
[box]Curiosidade
O principal acionista da Bacalhôa é o comendador José Berardo, um aficionado por arte e maior colecionador do país. Nestes espaços, há obras com valor imensurável e super antigas, como ânforas romanas datadas do século III A.C. Há outras obras do comendador por Lisboa, como as do Museu Coleção Berardo, localizado em Belém, sendo este o principal museu de arte moderna e contemporânea do país, além do mais visitado, segundo dados do The Art Newspaper (abril 2019). [/box]
Bora aproveitar os preços
A dica é investir na visita à Adega e adquirir um dos 70 rótulos da Bacalhôa, tendo vinhos de 2€ a 200€. Entre os famosos estão o Quinta da Bacalhôa, Moscatel Roxo de Setúbal, o popular JP, se você gosta de novidades, vinhos despretensiosas e simples, então há o vinho azul. Não, não há uva azul. Eles usam um corante alimentar baseado em produtos naturais e que não oferece gosto nem faz mal aos consumidores, garante o sommelier David.
Para manter o posto de segunda maior produtora de vinhos, em Portugal, a Bacalhôa conta com 1200 hectares de vinhas espalhados por sete vitícolas portuguesas e têm mais de 40 castas plantadas, o que resulta na diversidade de rótulos e 20 milhões de litros produzidos anualmente, sendo que 10 são consumidos internamente. As adegas da Bacalhôa estão nas regiões mais importantes, como Alentejo, Península de Setúbal (Azeitão), Lisboa, Bairrada, Dão e Douro.
Palácio Bacalhôa

Com aproximadamente 2 km de distância, o Palácio da Bacalhôa encontra-se próximo da Adega e Museu da Bacalhôa, porém é necessário ir de carro e não há transporte público para o local, ou combinar com a Bacalhôa para ir no carro deles, mas vale muito um esforço para visitar a quinta. É uma imersão artística, histórica e cultural. A história do Palácio começa em 1275 com os fundadores da Dinastia de Avis. A arquitetura, a decoração e os jardins do Palácio foram influenciados ao longo dos séculos pelos diferentes proprietários, inspirados pelas suas viagens através da Europa, da África e do Oriente, contribuindo assim para o transformar numa jóia única.
Ao longo dos tempos, o Palácio foi sendo embelezado com azulejos portugueses do séc. XV e XVI evocando desenhos mouriscos e com uma casa do lago. Do interior ao exterior, poderá ver peças únicas da colecão de arte privada, passando pelos jardins e vinhas até à casa do lago onde podemos encontrar o primeiro azulejo datado em Portugal.
Como chegar de carro
A Adega/Museu Bacalhôa situa-se na Estrada Nacional 10 à chegada a Vila Nogueira de Azeitão. O estacionamento é no parque para visitantes do próprio edifício. Coordenadas de GPS: 38°31’26.1″N | 9° 00’58.9″O
Como chegar de transporte público vindo de Lisboa:
Há várias linhas e opções a depender do lugar de partida, em Lisboa. Confira aqui.
Telefone: +351 21 219 8067
Site: www.bacalhoa.com