A Bahia sem elas é igual a acarajé sem dendê
Foto: Maurício Magalhães
Enquanto o dendê frita o bolinho de feijão-tropeiro, ela chama atenção. É um sorriso largo no rosto, alegre que você só encontra aqui, em nossa Bahia. Atrás de seu tabuleiro, sua vestimenta, indumentária tradicional usada em terreiros de candomblé, como a saia (com ou sem roda), o ojá na cabeça (torço ou turbante) e os tradicionais fio-de-contas (colares) ou os mais sofisticados adereços, cria uma paisagem mística e singular da cultura popular baiana.
Seja na ladeira do Pelourinho, no Farol da Barra, Ribeira ou em Itapuã, as Baianas de Acarajé fazem parte da nossa cidade chamada Salvador. Especialidade gastronômica da culinária afro-brasileira feita de massa de feijão-fradinho, cebola e sal, frita em azeite-de-dendê, o acarajé, é servido por estas que são símbolo do histórico do estado. Em 1° de dezembro de 2004, foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) a importância cultural dos saberes e fazeres tradicionais aplicados na produção e comercialização das chamadas comidas de baiana, feitas com dendê, com destaque para o acarajé, e registrou o “Ofício da baiana do acarajé” como Patrimônio Nacional.
Curiosidade
O quitute na África é chamado de àkàrà que significa bola de fogo, enquanto je possui o significado de comer. No Brasil foram reunidas as duas palavras numa só, acara-je, ou seja, “comer bola de fogo”. Devido ao modo de preparo, o prato recebeu esse nome.