A produção de azeite brasileiro cresceu e melhorou. Pela primeira vez, o País participou do Salão Internacional do Azeite Extravirgem, em Jaén, na Espanha, no início do mês. O Brasil levou uma seleção feita por Marcelo Scofano, professor de gastronomia no Rio de Janeiro.
As duas maiores regiões produtoras de azeite nacional – Serra da Mantiqueira e sul do Rio Grande do Sul – já somam cerca de 20 plantas de refino, ou lagares. “Antes, o desafio era saber se a oliveira seria capaz de produzir em escala comercial em condições climáticas e solo brasileiro”, diz Paulo Freitas, degustador profissional de azeites. A confirmação já veio, agora o momento é de buscar a afirmação. “Temos pelo menos cinco marcas consolidadas no mercado. No ano passado, eram só três”.
Várias marcas nacionais de azeite ainda são vendidas apenas localmente ou nas próprias fazendas. E algumas poderão demorar para chegar às lojas.
Seleção
Para montar esta seleção de azeites nacionais, dois especialistas visitaram produtores nas três regiões produtoras do País e escolheram os melhores. Paulo Freitas é degustador e Arnaldo Comin, dono do empório Rua do Alecrim, primeira loja de São Paulo, especializada em azeites brasileiros. O repórter Daniel Telles e a repórter Paula Moura também participaram da avaliação. Veja a seguir os azeites extravirgens brasileiros que vale conhecer.
BORRIELLO
Carla Retuci largou o mercado financeiro para fazer azeite com o marido, Mario Borriello, em Andradas (MG). Neste ano, compraram a prensa e estão prensando arbequina e grappolo na fazenda, aberta a visitação.
Degustação
Blend grappolo e arbequina: frutado e amargor médios, leve picância. Equilibrado.
FAZENDA MARIA DA FÉ
Reflorestadores, os Bonifácios se depararam com uma fazenda de olivais abandonados em Maria da Fé (MG). Apostaram no negócio e produzem azeite de arbequina, grappolo, koroneiki e coratina. Agora, buscam certificação orgânica. Aberta à visitação.
Degustação
Coratina: Frutado médio, amargor de médio a intenso, picância de média a intensa. Muito intenso. Para alguns, amargo demais.
Informações
11 99991-7608
R$ 35 (250 ml, com o produtor)
VERDE OLIVA
O casal Newton Litwinski e Fátima Garcia produz azeite orgânico numa fazenda em Delfim Moreira (MG). Aceitam encomendas por correio e fazem visitas agendadas.
Degustação
Arbequina: frutado leve, amargor leve a médio, picância leve.
Informações
tel.: 35 3624-1334
R$ 50 (250 ml, direto com o produtor)
PAIOL VELHO
Na propriedade da família de Luiz Menezes, em Cristina (MG), são plantadas azeitonas de quatro variedades. Sua primeira produção comercial, neste ano, é pequena (100 litros), mas deve crescer em dois anos.
Degustação
Blend de grappolo e koroneiki: frutado de leve a médio, amargor médio e picância leve. Bem equilibrado.
Informações
tel.: 12 99719-2083
R$ 70 (500 ml, direto com o produtor)
EPAMIG
A empresa produz azeites de seus olivais experimentais e também processa azeitonas de produtores da região.
Degustação
Maria da Fé: frutado médio, amargor leve e picância de leve a média. Notas verdes de azeitona, folhas verdes e maçã verde.
Informações:
tel.: 35 3662-1227
R$ 35 (250 ml, direto do o produtor)
Fonte: Paula Moura / Paladar – Estadão