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Doces da Baiana, tabuleiro da felicidade

“No tabuleiro da Baiana tem…
Vatapá, Caruru, Mungunzá tem Ungú pra ioiô…
Se eu pedir você me dá…o seu coração,seu amor de iaiá…“. 

Nos versos de Dorival Caymmi iniciamos a história da Katita, a baiana de acarajé mais antiga de Arembepe. Há 34 anos ela prepara seus quitutes no vilarejo de pescadores, que fica a aproximadamente 30 quilômetros de Salvador. Além do acarajé, abará e passarinha, o local atrai fregueses também pelos doces, que chamam a atenção de longe.

Tudo começou quando ela tinha 13 anos. A mãe, também baiana de acarajé, a colocou para ajudar e foi aí que aprendeu o ofício. Hoje seus quitutes são conhecidos por toda Estrada do Coco e os seus doces que trazem uma memória afetivas para muitas pessoas e por isso fazem parte da nossa série “Doces e sobremesas afetivas” (clique aqui saiba mais).

Começando com as cocadas. Seja de amendoim, coco queimado ou branca, elas têm seu público cativo, além de conquistarem muito o paladar dos turistas. Mas no tabuleiro da Katita há outras opções, como o doce de tamarindo – um “azedinho-doce gostoso” que vira sobremesa após um acarajé duplo. A Baiana revela que comprada na Feira de São Joaquim a fruta e que todas as suas preparações são artesanais, além de prezar por usar ingredientes frescos.

Outra doçura que faz parte do tabuleiro da baiana é conhecida por dois nomes. O primeiro, segundo o antropólogo Raul Lody, é por ele ser frito no final da tarde, horário que os estudantes saiam antigamente dos colégios e passavam próximos as quituteiras. Por isso ganhou o nome de “Bolinho de estudante”.

O segundo apelido foi parar até na literatura de Jorge Amado, sendo punheta ou mesmo punhetinha. O nome foi dado devido ao modo de preparo do doce que é “feito a punho”.

“Como é mesmo tia Romélia? E tu não sabes menina? Olha que tu sabes muito bem, o nome é punheta, bolinho de estudante é pronúncia de besta!”, trecho do livro O Sumiço da Santa, escrito pelo autor baiano.

Katita, diz que o doce é fácil de fazer, não tem segredo pois leva apenas tapioca, coco, açúcar e canela, mas afirma que o segredo é fazer artesanalmente o leite de coco. “Nada de usar aqueles prontos. Não é a mesma coisa”, salienta a Baiana. E a dica é sempre comê-lo quentinho. É muito mais gostoso!

Doces da Baiana, tabuleiro da felicidade
Katita vende o bolinho de estudante por R$3,50 unidade.

RECEITA
500g de tapioca de caroço, 2 cocos grandes, 1 colher de chá de sal, 1 xícara de açúcar, 4 copos de água morna, óleo para a fritura , 1 xícara de açúcar e 1 colher de sopa de canela em pó para envolvê-los.

Preparo
Descasque os cocos e bata no liquidificador com a água morna, até que fiquem bem moídos, despeje numa tigela, tempere com açúcar e sal. Acrescente a tapioca e deixe inchar até que fique macia e consistente. Enrole em formato semelhante ao de um croquete. Frite no óleo, até que fiquem levemente dourados. Escorra em papel absorvente, e passe-os no açúcar e canela.

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