Chef Tereza Paim. Foto: Solange Rossini / Divulgação.
O que é comfort food? Quando começou essa tendência? É uma moda? De onde vem? Para onde vai? Essas e muitas outras perguntas abrem discussão para uma coisa que sempre existiu, mas virou tendência de uns tempos para cá nos Estados Unidos, onde é conhecida também por pleasant food (comida prazerosa). Mais um vez reeditamos o Museu de Grandes Novidades do Cazuza.
Na verdade, comfort food é comida do coração, recheada de pratos que nos remetem à nossa infância, associados a aromas e sabores que nos fazem viajar no tempo e dão a sensação de segurança emocional, mesmo que por alguns momentos e de forma inconsciente.
Está interligada com nossa origem, onde vivemos na infância, o que comíamos, jeitos e maneiras de comer familiar, de cidade, do Estado e por fim do País.
Cada país – e cada pessoa – tem a sua comfort food. Está associado às suas recordações de acordo com a época e o lugar em que se viveu, cercado pela família e amigos de infância. É na verdade a comida caseira, aquela preparada pela sua mãe, tia ou avó. Lembra?
Se pensarmos no universo Bahia, vai da simples frigideira de maturi ao pudim de leite da casa da avó, passa pela famosa moqueca, pela rabada, pelo lombo molho ferrugem, chegando a elaborados pratos comidos aos domingos em cada residência. É uma lembrança que lhe remete a uma situação de puro prazer.
Rotina estressante
Aí o tempo passa, você cresce, casa, muda de emprego, de cidade, de país. Em busca de novas oportunidades de trabalho, é cada vez maior o número de pessoas que se afasta do círculo familiar – zona de conforto.
Para piorar, a estressante rotina nas grandes metrópoles com seus trânsitos absurdos, seus fast food no pior modelo de alimentação, carregados de quimicas conservantes, estabilizantes etc, aliado ao excesso de trabalho, falta de tempo e, sobretudo, solidão, faz com que a busca por esse tipo de alimento seja instintiva.
A segurança nas grandes cidades leva multidões aos shopping centers abertos ou fechados em busca de lazer, servicos e sobretudo alimentação em ambiente seguro e que agregue variados serviços para economizar tempo.
Outro aliado forte é que cada vez mais as pessoas estão prestando mais atenção à alimentação como fonte de autoconhecimento e busca de uma vida melhor e mais equilibrada.
Restaurantes
É assim nesse cenário que cresce o negócio de restaurants comfort food nos shoppings centers e em todas as metrópoles do mundo. Temos uma lista imensa desses restaurantes e agora já surgem redes de fast-food comfort food que se espalham em todo o mundo.
Mas vale lembrar que o aumento da incidência de doenças coronárias, pressão arterial, obesidade e outras está ligado à má alimentação, por isso é recomendável que o consumo do comfort food seja direcionado para alimentos saudáveis, funcionais e naturais, deixando para os finais de semana as extravagânicas da casa da vovó, assim você estará buscando bem-estar e qualidade de vida. Afinal Comfort foods devem ser consumidos com cautela, como qualquer outra comida, para proporcior sensação de bem-estar e não o aparecimento de doenças.
Para mim, comfort food é um lombo de molho ferrugem acompanhada de uma farofa de bolo. E para você, o que é?
Por Tereza Paim | Chef de cozinha – terezapaim@hotmail.com – Fonte: A TARDE