É bom para catarro, para roxo no corpo, diabetes, ajuda até na inflamação, pode levar! Quando pergunto da onde vem todas essas cascas de árvores, o Seu Paulo, de sobrenome Araújo Moura, 51, me responde que é da terra dele, em Itaíba (PE). Então são típicas da Caatinga? Sim! São da mata. E o senhor vem para cá toda quarta-feira? É! E são quantos quilômetros até chegar aqui em Canapi (AL)? Uns 40.
Seguindo o conselho de um amiga, que dizia que para conhecer a cultura de uma cidade, basta ir na feira local, foi assim que parei na feira no centro de Canapi. E aqui tem de tudo, é um Extra a céu aberto, nas devidas proporções do sertão nordestino. Aqui o povo espera a feira até para comprar limão, porque não há nos mercadinhos, e por isso Seu Paulo está aqui toda semana. Imagina a vida dos canapienses sem ele e sem todos os outros?
Localizada na fronteira com Pernambuco, Canapi fica aonde não há muita coisa; são 17 mil habitantes, pouco dinheiro na cidade e uma pobreza subjetiva de 72%. Isso significa que 12 mil pessoas não têm o suficiente para sobreviver. Os comerciantes não vendem limão porque só cinco mil pessoas poderiam comprar.
Se levarmos em consideração que desse número existem crianças (e como tem nessa cidade), pessoas que moram longe dos mercadinhos do centro, algumas não usam a fruta e outras que esperam a Feira, então não vale a pena comercializar a fruta. Não tem quem compre todos os dias. Então vamos para a Feira.